09 abril 2009

JUSTAPOSIÇÃO -001

A Segurança Social (S.S.) tem difundido e insistido com as Instituições da Igreja (admite-se que também com outras) que se dedicam ao apoio a crianças e jovens para que adiram ao "Plano DOM", como panaceia com que ficariam, daqui para o futuro, mais modernas, mais actualizadas, mais pedagógicas (de pedagogia sabe a S.S.), mais técnicas. Os objectivos vêm difundidos em documentação atinente e é de admitir que sejam meritórios, pois que estão definidos como pretendendo ser o bem das crianças e jovens. Os resultados são manifestamente excessivos, para não dizer indesejáveis, motivo por que várias das visadas não tenham feito a adesão, nem pareça aconselhável que o façam.
Daí que seja pouco curial que haja, dentro da Igreja, quem promova sem mais que «é significativo o número de Instituições que já aderiram ao Plano DOM. O futuro passa pela adesão de todas» (sic – Voz Portucalense de 07.01.2009, pág. 16). E menos razoável ainda que o artigo seja iluminado por uma imagem que é símbolo precisamente de uma das Instituições que não aderiu àquele maravilhoso Plano!
Claro que, não obstante, basta ler esse artigo assinado para "convencer" qualquer Instituição sensata a agir ao contrário daquilo que é propagandeado.
As expressões usadas (nascidas, algumas, no seio de verdadeira "ideologia" sobre a matéria) são suficientes: «institucionaliza-ção de crianças/jo-vens» (ferrete agora usado para depreciar as Instituições); «se enquadravam na sua genuína vocação...» (para poder sustentar, como faz a S.S., o direito desta a definir a vocação e pedagogia de cada Obra); «no sentido da sua educação para a cidadania e desinstitucionalização, em tempo útil» (a ideia, que vem sendo seguida, do "uso" das Instituições como "depósito" e "entre-posto"); «sendo reconhecida às Instituições a necessária autonomia para constituir e integrar as equipas técnicas, segundo a sua matriz, o que parece já ter sido garantido» (quando é a colocação de «equipas técnicas» pela S.S. nas Instituições a nota tónica do Plano, pelo que o «parece já ter sido garantido»... não o está de modo algum). Etc...
Esclareça-se que as expressões transcritas devem ser lidas com o texto integral... mas não podem ser esquecidas para que a roupagem geral as não apague. Matéria tão séria deve ser tratada com o maior rigor para que a Igreja não seja subsidiária da S.S. ao contrário do oposto.

(Augusto Lopes-Cardoso - Jurista, antigo Bastonário da O.A.)

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